Bebês, crianças, pais, pandemia, isolamento, atividades remotas ou online. Pais que viraram professores, brigas políticas, intervenções arbitrárias de governadores e prefeitos, escolas fechadas e, em algumas cidades, alvarás cassados. Hospitais com percentual de leitos ocupados acima da média. Precisamos focar no essencial: a infância é prioridade.
Jornais criando pânico em toda a sociedade. Incerteza. Medo. O que é isso? Sabemos da seriedade dessa doença, mas estamos assustados com a forma que os órgãos oficiais têm atuado na área da educação. A infância precisa ser tratada como prioridade.
Infância é prioridade mesmo na pandemia.
Outro dia, perguntei para Laila, minha neta, uma criança: “como você está se sentindo nessa pandemia?”. Ela disse: “Vovó eu não posso visitar você, não posso pegar o avião, não posso ir ao Shopping. Essa Covid é muito… Chata!” Gente, como fiquei sensibilizada!
Comecei a pesquisar e a escutar as lives dos maiores infectologistas e fiquei surpreendida quando vi que, cientificamente, está comprovado que o índice de infecção do Covid em crianças é baixíssimo, desde que todos que convivam com elas tenham os cuidados conforme os inúmeros protocolos existentes.
Fiquei pensando na Laila e nas crianças que não conseguem verbalizar seus sentimentos. Crianças que ainda não conseguem se comunicar com palavras, provavelmente, em virtude das frustrações do momento, vão morder, chorar, fazer birra, dormir mal, comer muito ou pouco, entre outros comportamentos possíveis.
E crianças que verbalizam xingando a doença? Explodem, reagem com atitudes, muitas vezes, agressivas e apresentam relações intolerantes com os familiares, pois não estão vivendo experiências prazerosas para quebrar a rotina imposta pela pandemia. Contudo, se nós adultos estamos sufocados pelo Covid, imaginem as crianças?
Precisamos cobrar as autoridades.
Está mais que na hora do poder público exigir das escolas os cuidados necessários para o retorno. Entretanto, criança que não convive com amigos e colegas adoece. Na convivência, a criança dialoga, experimenta, impõe suas ideias, delimita seu espaço, brinca, simboliza realidade por meio de brincadeiras, solta suas energias inerentes à infância.
E as crianças que estão em casa? Ah! Essas, por mais que os pais e as pessoas de seu convívio deem assistência, estão em estado de inércia. Em casa, sem a presença dos pais ou com os pais trabalhando em home office, como serão estimuladas socialmente? Inércia em desventuras, já que tudo está parado. Sendo assim, criança precisa mesmo é de aventura, movimento, atenção. Hoje, o maior passatempo delas, além da tv, é o computador.
Portanto, vamos, então, pensar em como ajudá-las. A infância é nossa prioridade! Por isso, use o colo, afague-a, converse olho no olho, escute-a, evite brigas, crie um espaço em sua casa só para conversas e brincadeiras.
Por fim, se puder, nos finais de semana, dê voltas de carro pela cidade e converse sobre o que estão vendo: o sol, a lua, as nuvens, as árvores, as plantas, os cachorros, as lojas, etc. Vamos salvar nossas crianças, psicologicamente, antes que seja tarde demais.
Maria Claret Lamounier Elias
Diretora Pedagógica
Escola Bilboquê