A tecnologia na educação: minha trajetória na Cultura Maker

Como você entende a tecnologia na Educação Infantil? Para falar sobre o assunto, antes, vou me apresentar. Meu nome é Emmanuelle Lehman, mas meus alunos me conhecem como Manu.

Sou formada em Pedagogia, realizei minha primeira especialização em Educação Infantil e trabalhei por muitos anos como professora. Em 2003, me casei e tive gêmeos. Entretanto, para exercer a maternidade, optei por me afastar, por alguns anos, para me dedicar à criação dos meus filhos.

Sendo assim, com o passar do tempo, recebemos o diagnóstico de que ambas as crianças estavam no espectro autista. Essa notícia fez com que eu voltasse a estudar: pós-graduações em Transtorno do Espectro Autista, Neurociências e Educação. Foi percebendo a demanda dentro da minha própria casa, que a tecnologia foi ganhando cada vez mais espaço na minha formação.

O primeiro contato com a tecnologia na educação

Contudo, minha relação com os aparatos tecnológicos veio muito antes disso. Venho de uma geração em que os objetos de tecnologia eram o gravador, o walkman, o relógio com calculadora, a câmera polaroid, a câmera de vídeo (filmadora), a videocassete e o Atari – videogame que eu adorava jogar.

Na minha adolescência, o telefone deixou de ser discado e passou a utilizar teclas. Meu primeiro celular pesava quase 1Kg e cumpria funções básicas de fazer e receber ligações. Enquanto isso, na escola, a tecnologia se resumia a um par de disquetes e um retroprojetor antigo no centro da sala de aula.

Ainda, sim, sempre tive contato com a tecnologia. Meu pai é analista de sistemas e acompanhava ativamente toda essa evolução. Desde que me entendo por gente, na minha casa, existiram computadores. Com isso, acompanhei de perto a transformação das enormes máquinas para os pequenos smartphones.

Em 1991, aos 15 anos, fui estudar em Portugal e tive a oportunidade de vivenciar um currículo com aulas de tecnologia, eletrônica e outras disciplinas que, na época, não eram comuns aqui no Brasil. Neste período, eu dominava bem o uso dos computadores. Havia cursado datilografia e passei a ajudar meu pai em seu trabalho.

Contudo, os sistemas eram muito complexos e nem tudo me atraía. Sendo assim, me divertia mesmo era com as novidades. Logo, descobri a enorme satisfação em apresentar esse universo para um público muito específico: as crianças. Foi, então, que iniciei a faculdade de pedagogia.

Tecnologia na educação e no espaço escolar

A tecnologia conquistou um pedacinho do meu coração e eu sempre busquei aliar a área educacional com a inovação tecnológica, criando diversas possibilidades didáticas. Segui com minha carreira de professora infantil por muitos anos, mas, em 2019, tive a oportunidade de assumir a disciplina de Cultura Maker. Isso foi um verdadeiro divisor de águas para a minha família e para o meu propósito na Educação.

a tecnologia na educação

Com a disciplina Maker, percebi que tudo que eu acreditava e imaginava estava realmente sendo valorizado. A tecnologia na educação passou a ser uma realidade. Além disso, percebi o quanto minha carreira e minhas experiências poderiam agregar para a formação das crianças. A nova geração pulsa inovação e as metodologias ativas chegaram para acolher e desenvolver toda pluralidade de competências e aptidões.

Prevista pela BNCC, a Cultura Maker veio para adaptar o currículo escolar e trabalhar o potencial das crianças de explorar sua inesgotável fonte de criatividade e inventabilidade. Por fim, é muito importante que possamos oferecer todas as ferramentas necessárias para incentivar este processo. E a sua escola? De que forma ela colabora para um mundo mais tecnológico e sustentável para as nossas crianças?

Emmanuelle Lehman
Professora de Cultura Maker
Escola Bilboquê