“Meu filho ainda não fala” – e agora?

“Meu filho não fala” — Essa é uma queixa comum dos pais. Muitas podem ser as causas para uma criança não falar.

Temos que pensar e levantar situações que envolvam aspectos auditivos, neurológicos e genéticos, por exemplo. A causa pode não ser por questões orgânicas e, a partir desse momento, devemos pensar nos estímulos oferecidos à criança e nos aspectos ambientais (emocionais).

Confira agora o que pode causas isso e como agir nessa situação. Bora para o texto!

Seu filho não fala?

É necessário diferenciar os conceitos de fala e linguagem. Entendemos que a linguagem é a capacidade de o indivíduo de interagir com o mundo, de expressar seus sentimentos, suas intenções e de se comunicar com seus semelhantes.

Portanto, essa linguagem pode ocorrer por diferentes meios: expressões faciais, gestuais, verbais (fala).  A fala, contudo, é um dos meios de expressão da linguagem, é um ato voluntário e inteligente que depende de um sistema motor (órgãos fono articulatórios) e o cognitivo.

Contudo, devemos ficar atentos à respiração da nossa criança, se ela ronca, se baba e/ou se respira pela boca. Os músculos da face são necessários para falar e podem estar enfraquecidos. Por isso, o indivíduo pode não conseguir colocar a língua e o lábio na posição correta para a produção dos sons. A redução da força dos músculos.

Por sua vez, também pode impactar na alimentação, o que pode fazer com que a criança evite alimentos sólidos e/ou mais fibrosos.

Frênulo lingual curto e o uso prologado de chupeta e da mamadeira.

Entretanto, outro aspecto muito comum para os atrasos na fala é o frênulo lingual curto e o uso prologado de chupeta e da mamadeira. Ademais, para esses casos, um olhar diferenciado da equipe escolar e o suporte da fonoaudiologia educacional fazem toda a diferença para a identificação e a intervenção precoce.

O acompanhamento pediátrico e as visitas periódicas ao otorrinolaringologista e ao dentista também são essenciais para garantir o desenvolvimento craniofacial e, consequentemente, a fala. Sendo assim, não deixe de abordar com os profissionais sobre o que é esperado para faixa etária do seu filho(a) e o que pode ser feito no cotidiano para auxiliar no desenvolvimento da criança!

Estimular a criança no contexto educacional e familiar é fundamental. Por isso, a partir de observações em casa e/ou na escola, busque um fonoaudiólogo para orientação e avaliação.

Meu filho não fala: o que fazer?

Por fim, se você ainda anda se questionando sobre o assunto, seguem algumas dicas para estimular o desenvolvimento da linguagem em casa:

  • Converse com a criança, narre o mundo, diga o que está fazendo, onde estão indo, o que vê a sua volta, o nome dos objetos;
  • Não antecipe ou interrompa a criança, respeite o espaço comunicativo, assim que ela terminar de se comunicar, faça um resumo do que ela expressou e apresente-o verbalmente à criança. Caso ela não compreenda, diga novamente e incentive-a a tentar sempre; 
  • Evite o tatibitate, fala com diminutivos ou repetir a palavra errada dita pela criança e, sempre que usá-los, não deixe de dar o modelo correto. Em seguida, a criança precisa de modelos de fala, geralmente ela fala com trocas ou omissões, pois ainda não é capaz de fazê-lo;
  • Mesmo que sem palavras a criança se comunique, fique atenta a estes sinais e os traduza em palavras quando, por exemplo, a criança se aproximar ou apontar para um objeto. Não a atenda prontamente, incentive a criança a falar, assim que ela emitir algum som, diga o nome do objeto, diga: “Ah! Você quer a bola?” “A mamãe vai pegar a bola, pra você!”;
  • Leia histórias, varie o tom de voz, mostre a ela a relação do que lê com as imagens do livro, imite os sons dos personagens;
  • Evite chupeta/ mamadeira após os 2 anos;
  • Limite o uso de telas, segundo as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria;
  • Permita a convivência;
  • Criança aprende brincando.

A Escola Bilboquê conta com o fonoaudiólogo educacional que se encontra à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas!

Camila Maciel de Rezende e Ludmila Oliveira Coelho
Equipe de fonoaudiologia
Escola Bilboquê