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Publicado por

Maria Clara

O que aprendemos com as crianças?

Durante minha trajetória na educação, percebo o quanto aprendemos com as crianças.  Na pandemia, isso se tornou mais real e mais próximo do que nunca.  Foi necessário renunciar às vestes de quem ensina para me colocar como aprendiz daqueles que, tão pequenos, trazem consigo tanta sabedoria.

Até que possamos retornar com as aulas presenciais, propusemos, na escola, atividades recreativas no “Espaço Lúdico”, onde as crianças têm tido oportunidade de brincar e de socializar. Aqui, constatamos a capacidade de se adaptarem às novas situações.

Dessa forma, elas nos surpreenderam em relação ao cumprimento dos protocolos de biossegurança, os quais boa parte dos adultos levaram um tempo maior para compreender e cumprir – sem contar aqueles que até hoje desconsideram sua importância.

O que aprendemos com as crianças?

Chegam de máscara, escolhem uma cadeirinha para se assentarem e, ali, aguardam a chegada dos colegas e dos amigos. Na hora do lanche, retiram as máscaras, colocam em um saquinho e as guardam na mochila, voltando a pegá-las após concluírem a refeição.

Esses comportamentos foram se tornando naturais à medida que as crianças entenderam a lógica do novo funcionamento da escola. Sendo assim, foram percebendo a importância disso para a saúde de todos. Portanto, estamos falando de crianças de todas as idades, inclusive das bem pequenas. 

Na convivência, aprendemos a preservar a alegria e a curiosidade. As crianças chegam sorrindo, brincando, exploram e aproveitam todas as oportunidades para se divertirem. Aprendemos que o abraço pode ser substituído por palavras amorosas, gestos e sobretudo pelo olhar. O rostinho quase todo coberto pela máscara e acima dela, um par de olhos, ora arregalados, ora fechados, ou até marejados por lágrimas. Assim, eles se fazem entender.

Veja também: “O eu, o outro e o nós”: a habilidade de entender diferentes pontos de vista.

As crianças são grandes mestras na arte de confiar.

Elas não têm dúvidas de que tudo vai dar certo.  Acreditam e confiam nos adultos. Está aí a nossa grande responsabilidade: fazer jus a essa confiança. Devolver a elas, em forma de atenção, escuta, amor, carinho e cuidado, as relações de afeto em experiências escolares.

Por sua simplicidade, as crianças não têm a real dimensão de que, no final, serão elas que pagarão a conta pelo grande tempo que ficaram impossibilitadas de conviver com os colegas nas escolas e de brincar, atividades essas que são importantes e direitos essenciais.

Crianças criam e recriam.

Vivem intensamente sua infância. Imaginam e sonham com a fantasia. Por fim, transformam um círculo em letra “o”, sol ou biscoito. Um dia de chuveirão não é apenas brincar com água. Mas, fazer chover nas bonecas e nos carrinhos. Tomar sorvete não é apenas ganhar a sobremesa, mas saborear a presença da família e dos amigos. Desse modo, com elas aprendemos o verdadeiro significado do verbo “esperançar”.

Nosso amor, carinho e respeito a esses pequenos seres, grandes mestres.

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Imaculada C. B. Campos
Psicóloga Bilboquê Buritis

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